A solidez e a potencialidade do mercado de etanol de milho motivaram a visita do presidente da República, Jair Bolsonaro, à usina da Inpasa Brasil em Sinop, na última sexta-feira (18). Acompanhado por autoridades e empresários, Bolsonaro conheceu o sistema produtivo da planta e os produtos finais da indústria – que fabrica 560 milhões de litros de etanol de milho ao ano, além de óleo de milho, grãos secos de destilaria com solúveis (DDGs) e energia elétrica.
"Ocupamos a menor área para produção de alimentos, somos exemplo para o mundo. Aqui é o coração do Brasil, e é onde vamos conseguir a nossa verdadeira independência perante o mundo", destacou Bolsonaro em sua fala.
A Inpasa começou suas atividades na cidade de Nueva Esperanza no Paraguai, em 2006. Atualmente, são duas unidades no Paraguai. A segunda planta está localizada em Guayaibí e foi inaugurada em 2018.
No Brasil, a primeira planta industrial é a de Sinop, que começou a ser construída em 2018, recebendo o aporte de cerca de R$ 850 milhões. A segunda unidade da Inpasa no Brasil está localizada em Nova Mutum e começou a operar em agosto de 2020, totalizando um volume anual de 900 milhões de litros de etanol.
Além do biocombustível, a Inpasa produz em suas duas unidades em Mato Grosso 560 mil toneladas de DDGS, 52 mil toneladas de óleo de milho e 495 mil MW de energia elétrica. A empresa mantém 700 funcionários diretos e mobiliza mais cerca de 3 mil postos de trabalho indiretos. Atualmente, comercializa seus produtos com 20 estados brasileiros, além da Europa e Ásia.
Presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco participou da visita técnica e destaca o potencial de evolução do setor. "Houve um impacto no mercado com a pandemia, mas mesmo assim a produção de etanol de milho aumentou 93% de janeiro a julho de 2020, na comparação com o mesmo período em 2019. E a perspectiva é de que continue a crescer", pontua Nolasco.
Ainda neste ano, há previsão de entrada em operação de mais duas indústrias no País, com capacidade de produção de 200 milhões de litros por ano. Com isso, o ano fechará com 18 usinas com capacidade instalada de 3 bilhões de litros do biocombustível a partir do milho. Mantendo-se esse ritmo, a projeção da Unem é de que no ciclo 2020/2021 sejam produzidos 2,5 bilhões de litros.
O mercado do etanol de milho no Brasil aproveita a grande oferta de matéria-prima, principalmente no Centro-Oeste brasileiro, e contribui para acelerar outros setores produtivos. Um deles é a produção de proteína animal, que pode ser intensificada a partir do emprego do DDG na nutrição dos animais. O setor de reflorestamento também é aquecido diretamente pela produção do biocombustível.
"Além de sermos autossuficientes na produção energética, as usinas mais modernas praticamente não produzem resíduos e aproveitam ao máximo o milho. E tudo isso com ganhos ambientais, já que é possível intensificar a produção de carnes sem a abertura de novas áreas, e atendendo o desafio nacional de ampliar a matriz brasileira de combustíveis renováveis", analisa o presidente da Unem.
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